Grupo Cultural de Percussão Popular Brasileira BATUKENJÉ (2006)


O Grupo Cultural Batukenjé foi criado em 2006 na Finlândia, pelo músico e agente cultural Célio Zidório, a convite para ministrar workshop pelo país, com a proposta de ensinar percussão de ritmos brasileiros, de proporcionar uma boa vivência e experiência na prática com os instrumentos diversos utilizados nas atividades, bem como contribuir para a formação de cidadãos melhores através da música. Célio Zidório, conhecido no meio musical como Mestre Célin Du Batuk, também estimula em suas atividades, a prática do canto e dança, contextualizando muito bem elementos marcantes da cultura brasileira, contribuindo para sua divulgação e fortalecimento no Brasil e no exterior. 



Em 2006 o projeto Batukenjé reuniu inicialmente 80 finlândeses em Helsinki, a capital do país, atraídos pelos ritmos afro-brasileiros que em maior parte são trabalhados no workshop. Em Brasília, no mesmo ano, o Batukenjé iniciou seus trabalhos no campus da Universidade de Brasília, oferecendo ensaios abertos semanais a comunidade. Nesse mesmo ano, o grupo realiza shows em vários eventos em Brasília, tendo iniciado suas apresentações na própria Universidade de Brasília, no espaço do Núcleo de Dança, em eventos culturais como o Mexido na UnB e o Pós-happening, atividades essas ligadas ao Instituto de Artes e Departamento de Artes Visuais da UnB.

Desde 2007, os ensaios semanais do grupo ocorrem aos domingos no Parque da Cidade, uma área pública de 4,2 milhões de m2, sendo um dos principais centros de lazer ao ar livre da cidade, concentrando quadras de esportes, lagos artificiais, parque de diversões, centro hípico e pistas de caminhada, patinação e ciclismo. O parque surpreende pois é o maior parque urbano do mundo, superando até mesmo o Central Park em Nova Iorque. Pelo parque circulam nos finais de semana milhares de pessoas, sendo um ótimo campo de visibilidade e divulgação de marca para apoiadores do projeto. O Grupo também realiza toda a última sexta- feira de cada mês, oficinas abertas a comunidade no calçadão da asa norte, área pública à beira do Lago Paranoá. Nos ensaios abertos há o caráter inclusivo com a participação de portadores de necessidades especiais, e conta também com dezenas de integrantes entre crianças, jovens, adultos e pessoas da melhor idade. O grupo também atua em projetos sociais e pretende atender até o final de 2013 mais de 800 crianças que    vivem em situação de vulnerabilidade social em comunidades como a Estrutural, Vila Telebrasília e Brazlândia.

Tendo como missão contribuir socialmente para que milhares de crianças e jovens, possam ter uma melhor qualidade de vida e educação através da música, o grupo tem como objetivos preservar, valorizar e fortalecer a cultura brasileira, utilizando a música como ferramenta para resgatar os valores e a diversidade que compõem nossa cultura e identidade nacional. A música percussiva afro-brasileira ocupa nos dias de hoje um lugar de destaque na cultura brasileira, sendo um dos principais símbolos culturais do país.    A música percussiva em questão se estabelece como um fenômeno cultural que atravessa diferentes meios sociais, políticos e estéticos.

A cultura afro-brasileira faz parte da nossa identidade nacional e o grupo batukenjé explora a arte, os ritmos, toques, canto, dança, cores e magia dessa cultura tão essencial a formação do Brasil. Desse modo o grupo também colabora com a negativa ao racismo na sociedade. O próprio nome do grupo, Batukengé”, ou, “Batukenjé” é uma expressão resultante de várias línguas e falares africanos , de base assentada no ‘falar’ kikongo-ritual, antigo, e das linguagens dos povos chamados de bantos, pelos pesquisadores eurocentristas do século 19 e começo do Século 20. Decorre de um ‘falar’ múltiplo,ambundo, kimbundo e outros dessa enorme massa in- ter-étnica praticada há longos séculos e ainda presente nos povos que os substituem ou, os acrescem. Quer dizer, de forma mais ampla e em nada específica, ‘tocar um som para Deus’, ou ainda,‘tocar um som misturado, rico, forte, alegre, para Deus’.


O Grupo Cultural Batukenjé tem em sua formação músicos, agentes culturais, professores de ensino e outras áreas, crianças, jovens e pessoas da melhor idade, que se tornaram multiplicadores do trabalho e tem capacidade de colaborar com o processo de ensino-aprendizagem de crianças e jovens em ações do grupo.

Com a liderança de Célio Zidório, e contando com sua própria experiência de vida como aliada, o grupo acredita na educação e formação do caráter de crianças e jovens, através da música, aliada à atividades culturais e de lazer, atuando em áreas públicas no plano piloto e em comunidades carentes no entorno do DF, atuando também em atividades no exterior a convite dos países interessados.